quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

MEUS DIAS OPACOS COMEÇAM A FICAR DIVERTIDOS

O QUE EU POSSO DIZER SOBRE ISTO? O QUE EU QUERO DIZER SOBRE O QUE ESTÁ ACONTECENDO? LEIA... FAÇO DO GU MINHAS PALAVRAS E ENQUANTO ESCREVO JÁ ESTOU COM BIQUINI!






Pelados, nús! VAMOS, TODOS NÓS?


A pergunta é: quem vai me acompanhar?


Atenção: caso você não tenha tempo de ler a história, leia ao menos os 7 últimos parágrafos. Obrigado!

Passados alguns dias, vou falar publicamente, aqui no blog. Na sexta-feira do dia 12 de novembro decidi, num ímpeto de emoções, tirar a roupa e sair pelado pela universidade em protesto contra a saída de professores do programa de pós-graduação do qual faço parte. Na verdade não fui peladão, estava de cueca – até mesmo porque, ficar pelado constituiria atentado ao pudor e em traria complicações demasiadamente desagradáveis. Se bem que desagradável mesmo é a situação que fez com que eu me manifestasse.

Faço parte de um programa de pós-graduação que passa por uma série de problemas internos. Entre estes problemas, dois figuram com maior destaque: um processo disciplinar e um administrativo. Não sei bem ao certo por que cargas d’água estes processos demoram tanto para serem analisados. Mas posso dizer que a demora aqui da Universidade Estadual de Maringá é certamente uma coisa estranha. Os dois processos circulam na administração há, pelo menos, quatro ou cinco meses. Virtualmente falando, dar-se-ia início aos processos há quatro meses, mas alguma força maior – quase metafísica– tem empacado as apurações.

O negócio é sério (parece até que envolve verba pública). Prova disso é que vieram dois consultores da CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – para fazer uma “avaliação anômala”. Anômala porque, segundo os consultores, este foi um caso singular em suas trajetórias junto à CAPES. Engraçado isso, a UEM não apura os processos. A coisa fica grande e vem gente do MEC para cá, interior do Paraná e do Brasil. Essa gente olha o que tem acontecido no programa, faz reunião com todo mundo e, depois, emite um relatório com possíveis conselhos ao programa.

A CAPES veio. Deparou-se com um fenômeno. Observou-o. Mas, ainda não falou nada. Pelo menos até agora.

A demora que temos enfrentado fez com que alguns professores tomassem determinadas atitudes. Duas professoras do quadro docente entraram com pedido de desligamento do programa. Outra pensou em acompanhar as colegas de trabalho (ouvi rumores que mais professores e professoras também se desligariam, mas talvez isso tenha sido apenas um boato). Destas três mulheres, uma delas era coordenadora do programa. E, por coincidência do destino, foi minha orientadora no mestrado e é, agora, no doutorado. O desligamento destas mulheres acarretaria grandes perdas, sobretudo para o curso de doutorado.

Após contextualizar o problema, vamos ao fato. Dia 11 de novembro, no período da tarde, os professores tiveram uma reunião com o pró-reitor de pesquisa para tentar solucionar problemas que se sucederam em conseqüência dos processos. Findada a reunião, minha orientadora e então coordenadora, Luzia Marta Bellini, pediu exoneração e desligamento do programa. A professora Clélia Maria Ignatius Nogueira também pediu.

No dia 12 de novembro, durante a tarde, estávamos no curso de Retórica. Pouco antes do intervalo, uma amiga mostrou-me uma nota na internet sobre o desligamento das professoras. Fiquei passado e, no intervalo, fui conversar com a professora Marta. Ela confirmou-me o que li na internet.

Era ainda intervalo, quando saí da aula. Estava indo para o espanhol, mas, antes, decidi entrar numa papelaria. Neste momento, já sabia o que ia acontecer. Lá comprei um papel branco e um canetão. Fui para o café ao lado e escrevi no papel: “REITOR, POR QUE MEUS PROFESSORES PEDEM DESLIGAMENTO?”. Liguei para a imprensa. Fui comprar um batom para pintar meu corpo. Voltei, a imprensa estava lá. Chamei um colega, hippie, que se encontrava por ali e pedi para pintar pontos de interrogação no meu corpo (neste momento havia tirado a camiseta). Retirei a bermuda. Fiquei de cueca, tênis, uma sacola com minhas coisas e o cartaz na mão. Andei cerca de três quadras deste jeito, na rua.

Descobri que ficar pelado ajuda a falar com o Reitor. Falei com o professor-reitor Julio Prates, o qual me disse que não tinha conhecimento do desligamento de professores. Em seguida perguntei sobre os processos, pois a lentidão começara a afetar os alunos e a produção científica do programa. Sua resposta foi que um, o disciplinar, estava findado, faltava apenas passar pelo jurídico e, tão logo, firmar com sua signatura; o outro, o administrativo, nem tinha sido aberto.

Fiquei puto. Afinal, como assim reitor? A coisa não anda? O quê acontece? Quero uma resposta? Estou com medo, me sinto sensibilizado, transtornado moralmente, acuado pela CAPES *****! E não sou apenas eu. Somos vários. Colegas de mestrado e doutorado estão desesperados, o programa passa por sério problemas e ninguém faz nada.

Fiquei pelado na sexta-feira, dia 12 de novembro. Parece que, na quarta-feira, deu-se início ao processo administrativo. Quanto tempo mesmo ele já circulara nas instâncias administrativas da universidade? Quatro meses? Cinco meses? Mas, somente agora, pouco mais de quinze dias que a coisa teve início? ******! Até hoje, 2 de dezembro, nada foi resolvido. Caos.

A coisa não anda. Por isso, tenho pensado... Já fiquei pelado uma vez. Então, para ficar mais uma não custa nada – até mesmo porque já mostrei o corpo mesmo. Só que, na segunda vez, já confirmaram mais de 30 pessoas para ficarem peladas comigo.

E aí magnífico reitor? O senhor vai nos ajudar ou não? Quero saber, porque não aceitou o pedido de exoneração do professor Valdeni Soliani Franco? Por quê? Por acaso, sua atitude seria conseqüência da reunião de hoje, 2 de dezembro, que elegerá outro coordenador, outros conselheiros e provavelmente contribuiria para a solução de inúmero problemas internos?

Qual é magnífico reitor? Nós não estamos brincando não! Somos alunos de mestrado e doutorado, pesquisadores, homens e mulheres quem pensam. Temos conhecimento de como ocorrem as ações administrativas. Sabemos que há algo de estranho nisso tudo. Acho isso engraçado, pois quando surge uma possibilidade de re-estruturação do programa, as atitudes administrativas são negadas em função do quê? Por que o senhor não assina? Foi por causa do relatório da CAPES, foi por que ele ainda não chegou? Vocês, da administração da universidade, vão esperar o relatório da CAPES até quando? O prazo já foi, eles nada falaram e quando as pessoas tentam resolver os problemas vocês não contribuem?

Estou aqui, pedindo providências! Pretendo sair pelado novamente, mas desta vez, convidarei a todas as pessoas que conheço e as que não conheço para uma manifestação com roupas de banho, para evitar confronto com a polícia.

Um comentário:

Unknown disse...

SOUBE QUE O PROF. REITOR JÚLIO ASSINOU A EXONERAÇÃO DO PROF. DR. VALDENI SOLIANI FRANCO DA COORDENAÇÃO DO PROGRAMA NESTA TARDE! PARECE QUE AS COISAS VÃO COMEÇAR A CAMINHAR INTERNAMENTE, MUITO TRABALHO...

MAS AINDA ME PERGUNTO: POR QUE O SR.REITOR NÃO ASSINA A CONCLUSÃO DO PROCESSO DISCIPLINAR?!?!?! TEREMOS QUE ESPERAR MAIS QUANTO TEMPO?!?!?! ESPERAR A UEM ENTRAR EM RECESSO?!?!?!
HMMMM... DECIDIDO! MEU BIQUÍNI VAI PERMANECER ENTRE MEUS LIVROS NA BOLSA!